Pontas, Quinas e Beiradas

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Skin and Bone...

Skin and Bone...
É como fico depois de abrir os olhos.
Skin and Bone...
É apenas isso o que vejo no espelo, depois de abrir os olhos.
Toda a tristeza de ver o fim chegando pra ficar,
Toda a tristeza de saber que (o que um dia lhe fez sorrir e ter a certeza de que seria pra sempre)mais uma lembrança se cria.
Skin and Bone...
É isso que tenta me dominar quando abro os olhos.
Tem gente que cresce, vai crescendo e fica grandão,
Tem gente que fica do mesmo tamanho e/ou até diminui,
E aí, a ficam tão pequenos que acabam sendo incapazes de nos acompanhar e nós somos obrigados a carregálos no bolso, no bolso da memória.

Sinto informar que nao sou Pele e Osso, apesar de ter aberto os olhos e ter visto o fim chegar, ontem chegou pra mim e pra ele, hoje chegou pra mim e pra você.
Sinto informar e aqui deixar registrado que o nosso fim tambem chegou, chegou pra ficar.
Espero sempre levrar comigo as lembranças e poder, de longe presenciar o seu futuro presente e o do seu filhote tambem.
Mas chegou ao fim...

Skin and Bone,
Skin and Bone,
Skin and Bone tudo o que você vai ser...

By: Jeannine Xavier

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Bailando no ar...

E enquanto atentamente esperava que o verde vital daquela mão que me proibira de seguir, liberasse-me o caminho, percebia o quanto aquele corpo sem vida e imundo dançava...
Ele rodopiava, bailava, deslizava como se estivesse apresentando um de seus espetáculos.
(talvez tenha mais)
Talvez estivessem todos, muito ocupados; atrasados e  afobados para que pudessem perceber o quão belo se tornava aquele simples momento.
Meus pés anceavam pela faixa, pelo asfalto, pela liberação...
Meu corpo queria retirar-se de lá, daquela calçada e aconchegar-se n'um banco de ônibus, mas o tempo demorava à passar naquele momento.
Parecia que aquela mão vermelha, nao se interessava em tornar-se verde para mim
(será que sabia ela o quanto essa cor viva e sugestiva nao me admirava?)
E eu continuava alí, imperceptivelmente acompanhando todo aquele bailar; aquele rodopiar, que talvez somente eu (ou uma quantidade minima de pessoas) dava valor aquele saco plástico que enquanto poluira a cidade, deixava n'um simples momento, toda sua 'imundice' roubar um pouco dos minutos cansativos e pacientes que me pertencem/pertenciam naquele momento...
E então, eu pude sentir na pele, o poder daquele vento que o fazia girar, girava feito uma bailarina no ar, parecia que suas alçar estendiam-se aos céus, enquanto aquela fumaça, aquele ar de cano de descarga enchia-lhe o corpo, ele demonstrava toda sua leveza, todo seu dom para aquela música, aquele som... aquelas buzinas de carros, motos, vans, onibus.
O som que impreguina minha cidade, meu bairro...
O Saco parecia encontrar sinfonia, melodia em tudo, em todos...
E n'um despertar, acordo e lembro-me de que tenho que atravessar a rua...
(Exatamente no momento em que um esbarrão me faz cambalear, olhar pra traz grosseiramente e perguntar se sua mãe vai bem e se ainda tem os dois braços)

...

:. By: Jeannine Xavier .:

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Para passar o dia...

Sabe aqueles textos lindos, super romanticos que escrevemos (ou copiamos) quando somos mais novas? Aquele caderninho de poesias que fazemos quando estamos crescendo? Pois bem... eu ainda os tenho, acreditem, eu tambem fazia!
Mando um que acho lindo e o preservo (com mais carinho que os outros) até hoje...

Na espuma verde do mar, escrevi o te nome.
em cada areia da praia,
em cada pólem de flor,
em cada gota de orvalho o teu nome deixarei cravado.
No protesto calado de cada homem ultrajado.
Em cada insulto,
em cada folha caída,
e em cada boca faminta hei de escrever o teu nome.
Nos seios férteis das virgens,
nos sorrisos parenes das mães,
nos dedos dos namorados,
no embrião da semente,
na luz irreal das estrelas
e no limite do tempo,

Hei de uma esperança semear...

Lindo não???