Pontas, Quinas e Beiradas

domingo, 31 de outubro de 2010

Foi assim que aconteceu...

Durante a noite enquanto chovia, podia ouvir o latir dos cachorros eufóricos na rua.
Acreditei que estivesse na hora de partir.
Peguei a chave, fechei a porta, liguei o carro.
O motor soou silenciosamente e então pude perceber que meu coração acelerara junto.
Olhei pelo retrovisor e pude ver a chuva chegando,
O vento soprava ferozmente... e no meio-fio já podia se ver uma cascatinha de água escorrendo.
Derepente, silenciosamente os cachorros foram se recolhendo, deixando pra tras a vista da rua e se entocando em qualquer local seco que estivessem permitidos à ficar.
A rua estava vazia, escura...
Solitarimente, fechei o vidro do carro, liguei o som e meti o pé...
Arranquei, fui-me embora dalí.
Doía, doía cada vez mais a ausencia da presença.
E para esquecer de sofrer, cantei junto à música, fechei os olhos e me inspirei... (Parecia que eu estava até gravando um clipe.)

Passei pelos sinais verdes, e até pelos vermelhos.
Momentaneamente, esqueci que deve-se freiar quando preciso...
É a regra!
É a regra...
A regra seria viver feliz, ser feliz, respeitar, amar sem dor, viver sem dor.
Deveria ser assim... mas não é...nunca é!

Corria, como se estivesse querendo fugir da chuva...
Apostei corrida com as gotas d'água,
mostrei toda minha ferocidade com as poças, quando passava por elas e deixava que algumas gotas d'água se livrassem daquela poça, dei à elas a liberdade...
Liberdade de sair e poderem ir um pouco mais além...

Passei direto, corri, derrapei, ultrapassei os sinais.
Não vi o quebra-molas, senti-me voando...
pude ver mais além do que se poderia ter visto,
encherguei por de trás da subida daquela rua... vi lá na frente...
(Parecia até o super homem voando...)
Acabou meus poderes..., agora estava caindo... caindo e rodopiando duas, tres, quatro vezes, até que perdi a conta e fui sentindo como se estivesse n'uma máquina de lavar.
Já não podia ver mais a chuva... já nem via as poças d'água... já nem ouvia a música.
Já nem sentia mais nada.
Percebi que com tantas voltas, fui parando, fui chegando ao fim da estrada, ao fim...

Comecei a ouvir vozes, a chuva parara, mas parece que tudo está de ponta-cabeça...
Ouvi vozes, ouvi gritos, ouvi lamentações...
Por que as pessoas parecem estar tão desesperadas? por que parecem estar chorando?
De longe eu ouço algumas sirenes... tento me mecher pra ver pra onde elas estão indo, mas nao consigo... não consigo me mecher... e parece que está mais escuro...mais frio.
Tô vendo pelo reflexo aquelas luzinhas da policia piscando... e agora tem várias... será os bombeiros?
(O que houve? tomara que eles consigam salvar a pessoa que está precisando deles.)
To sentindo alguma coisa mechendo, um barulho ensurdecedor de lataria sendo cortada, tem alguem me falando alguma coisa, mas eu nao entendo, eu não ouço e nem consigo responder...
Tem muita bagunça... muitas lamentações... acho que é melhor eu ir dormir, tá frio, tô cansada, meus olhos pesam, meu coração tá acelerado...
Vou descansar... vou dormir e amanha eu vejo o que aconteceu...
Amanhã leio um jornal,vejo o noticiário ou pergunto à minha mãe o porque de tanto barulho de madrugada.
Vou dormir...
Fechar os olhos e descansar,
Estou cansada...
( Tem alguem falando pra eu não dormir... Pra não fechar os olhos... mas não posso. Me sinto cansada...)

Tenho que ir... depois eu volto.(???!???)

By: JEAMX

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