Pontas, Quinas e Beiradas

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Morte na cozinha...

Enfim... Morrera na cozinha...
A torneira se abre, um jato d’água é lançado molhando sua blusa, com pequenas partículas de água.
Com a mente ocupada, a louça vai sendo lavada, enquanto prepara o café.
O fogo está aceso, a janela aberta e as gatas brincam no chão.
Sua vista vai se deturpando, sente uma “pequena onda’, fica grogue, mas seu olfato abalado não lhe deixa perceptível seu próprio destino.
Novamente balança, sua mente se encontra embarafustada, viaja, olha para o fogão (talvez a água esteja no ponto) e percebe a ausência do fogo... O gás está escapando!
Precisa chegar até o fogão e simplesmente girar o botão.
Aproxime-se da janela...(você não consegue...(?!))
Apóie-se na pia... (suas pernas não te agüentam...(?!))
Seu corpo está amolecendo.
Seus olhos percorrem todos os cantos, onde estão suas gatas? Morrerá sozinha (?!?)
Seu corpo cai ao chão, despenca, desaba.
Com os olhos entre abertos consegue ver o céu..., consegue ouvir seu cachorro trancado fora de casa.
Seu pulmão pesa, sua visão gira, um enorme enjôo, uma ânsia lá no fundo lhe atormenta, seu coração acelera.
Inconscientemente seu último suspiro deixa exalar todo o amor que foi negado e escondido, todas as lágrimas interrompidas, todos os beijos sinceros, todas os abraços aconchegantes...

Enfim... Morreu...


:. Jeannine Xavier .:


Rj: 18. 11. 08

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Você morrerá feliz? Fez tudo o que quiz?



" Perante a morte somos fracos... A morte é a única certeza da Vida! '


E mais uma vez a gélida brisa fúnebre toca a alma dessas pessoas que mais uma vez tornam-se saudosas.
As lágrimas são uma visão corriqueira, para onde se olha lá estão elas escorrendo, tendo seu destino interrompido por lenços e mãos...
Enquanto escrevo refugio-me na busca por palavras, sem perceber que meu maior temor aflora.
Será que a 'vela" estará lá para acompanhar minha dor silenciosamente?
Refazendo este caminho..., em breve a mesma rua a mesma estrada... As lembranças vão aparecendo e machucando, tocando o coração dessa alma inquieta que se apavora com a consequencia da vida.
A idade agora pesa (mesmo só tendo 20 anos), agora sim, o tempo não para! o tempo não volta!
(Mas talvez eu nem quisesse que voltasse...)
Só não gosto de pensar que um dia tudo acabará.
...
E então... você morrerá feliz?
Você morrerá satisfeito? Você fez tudo o que realmente quiz?
Teve quem amou? Já chorou? Já perdeu ou caiu bêbado?
Você já passou mal no banheiro?, já roubou um beijo? já cantou no chuveiro? Já caiu na porrada ou perdeu uma namorada(o)?
Já pintou um quadro? correu atras de um pássaro? já quebrou um prato? já se sentiu desesperado? já pensou em desistir ou chorou escondido pra ninguem ouvir? Já disse que amava e logo terminou? Já dormiu agarrado ao travesseiro? já precisou de um isqueiro? já fumou um baseado, já passou a noite acordado?
Você já tomou uma cerveja hoje? Já gritou com alguem? Já fez um churrasco n'um dia nublado? Já foi à praia com ressaca? Já passou um ano novo chorando? Já passou um dia todo se lamentando?
...
O tempo não para, nem pra você e nem pra mim!
Quero gritar, ou chorar e me embebedar...
Posso declarar meu amor ou fugir, seja la pra onde for...
Quero ser feliz e viver cada momento, sentir a adrenalina passando por entre as veias.
Quero nao ter medo da morte e passar meus ultimos dias com ele ao meu lado.
Quero chegar ao final e dizer que estou pronta, morrer nao me fará mal...
Já vivi, já fui feliz, já aprendi.
Virarei lembrança de todos os que me amaram.
Deixei minha marca por onde passei, alguem sempre lembrará de mim, eu sei!


:. Jeannine Xavier .:

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Nossas* lágrimas secas...




E la estava ela, tremulantemente tornava sua presença perceptivel naquele lugar.
E la estava ela, mais uma vez a me acompanhar na dor,
Sofrendo sem derramar uma cera sequer.
Lágrimas secas, tudo o que tínhamos à oferecer.
(Talvez as suas fossem por apenas ter dentro de si a lamentação deste momento) e eu porque ofereço minhas lágrimas secas?
Talvez esteja compreendendo o frêmito da vida, a amarga essência de nascer sem pedir e morrer sem querer!


:. Jeannine Xavier .:

sábado, 22 de novembro de 2008

Ela morreu...



Photo by: Google

Havia um corpo sob a minha cadeira.
Esquecido, morimbundo, lânguido.
Naquela noite passara pelo ciclo da vida, onde deveria zelar pela propria sobrevivência.
Passara por seu inimigo e nao resistira à façanha da natureza.
Uma pobre lagartixa passara pelo frêmito da vida e não suportara seu destino, perdia seu caminho, sua vida.

Morreu...


Jeannine Xavier

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Morri...

Meu enterro...

Em uma noite chuvosa e solitária, despeço-me de tudo o que vivi, de todos com quem vivi.
Deixarei a gélida brisa inebriar meu corpo e dedicarei meu sossego a mim mesma.

Em uma manhã ensolarada,
Com o sol se preparando para esquentar todo o resto do dia, todos sentem, menos eu, o doce calor da vida.
As pessoas continuam vivendo, o tempo continua passando, os carros não param e os passaros ainda cantam,
Mas algumas pessoas, dedicam um tempo de suas vidas à mim, à minha memória.
Não sei se a quantidade é exorbitante ou se todos juntos caberiam dentro de um onibus, dentro de um carro...
(mas isso nem me importa, pelo menos tem gente aqui).
As pessoas choram, lembram de coisas que nem eu mesma lembrava.
As pessoas lamentam..., algumas pelo ocorrido, outras pelo tempo perdido.

Será que está bem agora?
Algumas delas, afirmarão, mas terá aquela pessoa que saberá que eu nunca gostara dessa situação.

Alguém chorará de verdade ao se lembrar que eu jamais estarei presente novamente?
Alguem lamentará sinceramente, sempre que lembrar de tudo que fora vivido comigo?
Além de minha mãe e meu pai, e todos os outros da familia (todos os ausentes e esquecido por mim), alguém lamentará minha partida?

Quem estará ao lado de meu corpo inerte?
Quem cuidará para que nenhuma mosca pouse?
Quem arrumará minhas roupas, meu cabelo, minhas flores?
Quem impedirá que abusem na maquiagem?
Quem saberá escolher minhas flores preferidas?

Alguem ascenderá as velas, pensara em fazer um discurso ou ascenderá um incenso?
Quem consolará minha mãe por mim?

Enquanto estiverem lá, estarei tranquila e serena, preocupada apenas com o peso da terra.
Beijarei minha mãe pela última vez.
Abraçarei meu amor com todo o calor que a meu corpo e alma não mais pertencerá.
Apreciarei a presença de todos os que estiverem por lá.

N'uma tarde triste e fúnebre, serei deixada para traz.
Sobrará apenas as lembranças e as lágrimas
(Queria até um alguém escandaloso para gritar por mim)
Depois da terceira camada de terra, todfos saberão o que aconteceu, Não terá mais volta, tudo acabou...
A Jeannine Morreu!



Rio de Janeiro: 19. 09. 2008

Jeannine Xavier

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Lembranças de um passado Meio esquecido...

Lembranças:
Mostre-me como fâiz..., me pega, me vira, me frita e pá!
Mostre-me que está me testando..., não deixe o arroz secar, mas não faça a linguiça estragar sob o sofá.
Não quero comer mais macarrão, nem lavar a piscina de madrugada... mas voce pode me servir um sacolé e ver se tem derby suave???
Pegue a toalha e me enxugue..., tire essa areia que está impregnada em mim, não aguento mais segurar o cachorro pra voce passar..., vá pra rua se bronzear...

Pegue o relógio, dê corda ao contrário e vamos voltar no tempo,
aproveitar, curtir mais ainda cada momento...
Para quando formos lembrar termos uma overdose de tanta saudade...

Tem derby suave?


Jeannine Xavier

sábado, 15 de novembro de 2008

O início de um círculo ou O início do fim...(???!!!)

Pois é, mais uma vez, vou tentar manter o my space (já perdi a conta de quantas vezes tentei ficar atualizando e desisto dias depois) hehe.
Então..., tedo a parte do blog lá, Fui - sem saber o que iria postar - de primeiro colocar o que sempre ponho no início de qualquer blog... O Início de um Círculo... Tão logo, sintetizou-se:


O Início de um Círculo???
Por que dizer que se trata do início de um circulo? Se contornarmos um círculo ficaremos dando voltas e voltas... e não é isso que faço, nao dou voltas, vou reto (em algumas ocasiões...hehehe) Então... o que deveria ser posto, como eu deveria denominar isso tudo? Que tal...:
O início de um fim...

Pois é... porque não? Se tudo o que se começa chega ao fim? Tudo tem um fim, tudo um dia acaba, tudo passa, tudo se esqueçe...
Espero que minhas palavras não cheguem ao fim nem tão cedo, que não sejam esquecidas... Mas sei que n'um distante dia, essa tragédia (que será lembrada por gerações e gerações, registrada em livros de histórias, anunciada em telejornais e internet - e qualquer outro meio de comunicação nacional e internacional - ) chegará.
Mas enquanto isso, fico aqui, tendo essas idéias (denominada como loucas, extravagantes, irreais, aleatórias, criativas...) por aqui mesmo. Tendo leitoures ou não, admiradores ou não, críticos ou não, continuarei deixando registrado um pedaço das coisas que ' me passam e me deixam...".

Beijos à todos...
Boa noite de sábado, (vou-mi embebedando para afogar-me em lágrimas...)
hehe
* Brincadeirinha em!!! *
;)


Jeannine Xavier

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Pobre Cigarra Suicida...

A cigarra está aqui, cantando feito doida na esperança de tentar nos enganar, fingindo que está prevendo um caloroso dia para amanhã (tipo aquele que ela anuncia desde segunda- feira e que (ainda)não se concretizou.)

* Acho que a natureza está brincando com a gente ou deixando a pobre da cigarra confusa.*

Um dia ouvi dizer que quanto mais a cigarra canta, mais rápido ela morre. Será que se trata de uma cigarra suicida? Sera que a vida dela está tão intediante que ela prefere se matar de gritar do que tentar sair daquela árvore (ou poste - nao sei ao certo onde ela se encontra) e enfrentar seus problemas?
Lamento dizendo:
- Pobre cigarra suicida...
Pois é... Agora estou vendo que não sou a única a ter problemas, pelo o que parece, até a cigarra sente-se mal.
Será que todo o problema dela se resume ao simples fato de sua música (ou gritaria - não sei ao certo como definir todo esse som que ela produz) não conter a nota e a melodia que faria com que alguem parasse para apreciar todo o esforço que ela certamente faz para poder cada vez mais alto, cada vez mais intenso deixar sua existência perceptivel?
Continuo à lamentar...
- Pobre cigarra suicida...
Durante um pequeno espaço de tempo a cigarra para de cantar (talvez para descansar), ou para pensar se realmente continuará a aproximar sua partida. Não sei, não sei mesmo... sinto um grande aperto no coração ao imaginar o esforço que a pobre cigarra suicida faz para poder deixar ecoando por entre postes, carros, muros e arvores sua bela existência, existência cinzenta, existência incolor, existência seca...

* Será que se ela tivesse uma corzinha, seria tão suicida??? *

E esse dilema se arrastará até amanhã, quando ao acordar eu saberei se a cigarra estás a lamentar e adiantar sua partida deste mundo sofredor, ou simplesmente ela passara a semana toda anunciando um terrível e inesperado calor que tomará conta da cidade toda, fazendo com que os relógios que marcam a temperatura nas ruas estourem por nao serem capazes de marcar um calor tão exorbitante.
(talvez eu esteja perdida entre esse bendito som, talvez eu esteja viajando, pulando nas partículas deste som, desta melodia irritante que nos engana, nos assusta, nos deixa anciosos para ver este sol que ela diz que virá e que ainda hoje não apareceu...).


Jeannine Xavier

"Ser Simbolos..."



[+] - Sou 'aspas", :. Pontos .:, - Travessões -, Vírgulas ,! Exclamações !, ? Interrogações ?, ( Parenteses )...
Letras, Palavras, Frases e Textos...
Sou um dicionário, uma enciclopédia, um livro...
Sou um lápis e uma caneta.
Sou a solidão de um ponto final ou o preenchimento de um colchete...
Poemas, Rimas e Poesias...


Jeannine Xavier