Pontas, Quinas e Beiradas

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Pobre Cigarra Suicida...

A cigarra está aqui, cantando feito doida na esperança de tentar nos enganar, fingindo que está prevendo um caloroso dia para amanhã (tipo aquele que ela anuncia desde segunda- feira e que (ainda)não se concretizou.)

* Acho que a natureza está brincando com a gente ou deixando a pobre da cigarra confusa.*

Um dia ouvi dizer que quanto mais a cigarra canta, mais rápido ela morre. Será que se trata de uma cigarra suicida? Sera que a vida dela está tão intediante que ela prefere se matar de gritar do que tentar sair daquela árvore (ou poste - nao sei ao certo onde ela se encontra) e enfrentar seus problemas?
Lamento dizendo:
- Pobre cigarra suicida...
Pois é... Agora estou vendo que não sou a única a ter problemas, pelo o que parece, até a cigarra sente-se mal.
Será que todo o problema dela se resume ao simples fato de sua música (ou gritaria - não sei ao certo como definir todo esse som que ela produz) não conter a nota e a melodia que faria com que alguem parasse para apreciar todo o esforço que ela certamente faz para poder cada vez mais alto, cada vez mais intenso deixar sua existência perceptivel?
Continuo à lamentar...
- Pobre cigarra suicida...
Durante um pequeno espaço de tempo a cigarra para de cantar (talvez para descansar), ou para pensar se realmente continuará a aproximar sua partida. Não sei, não sei mesmo... sinto um grande aperto no coração ao imaginar o esforço que a pobre cigarra suicida faz para poder deixar ecoando por entre postes, carros, muros e arvores sua bela existência, existência cinzenta, existência incolor, existência seca...

* Será que se ela tivesse uma corzinha, seria tão suicida??? *

E esse dilema se arrastará até amanhã, quando ao acordar eu saberei se a cigarra estás a lamentar e adiantar sua partida deste mundo sofredor, ou simplesmente ela passara a semana toda anunciando um terrível e inesperado calor que tomará conta da cidade toda, fazendo com que os relógios que marcam a temperatura nas ruas estourem por nao serem capazes de marcar um calor tão exorbitante.
(talvez eu esteja perdida entre esse bendito som, talvez eu esteja viajando, pulando nas partículas deste som, desta melodia irritante que nos engana, nos assusta, nos deixa anciosos para ver este sol que ela diz que virá e que ainda hoje não apareceu...).


Jeannine Xavier

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