Pontas, Quinas e Beiradas

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

O efeito

Eu pego a caneta
Verifico sua carga
Eu pego o papel
Todo em branco
Sinto minha criatividade
As palavras que vão e que vem
Junto tudo e ...
...
Cravo minha caneta na Cabeça dela
Furo seu belos olhos claros
O sangue escorre
Numa fina linha pelo seu rosto
Não pinga, escorre!
Seu sorriso some
Não completamente
Fica ainda um pouquinho no canto da boca
Eu arranco a caneta
A tinta misturada com sangue
Vai fazer um efeito legal no papel.
Mas ela nem vai ler o que escrevi...

O cara

Caminho tarde da noite
Casaco, touca, cigarro
Meu copo vazio na mão
Me faz pensar em voltar.
Está frio
A rua vazia
Vejo pelas janelas as tvs ligadas
Família unidas
Ou separadas
Cachorros abandonados na varanda
E pelas calçadas
Está frio
Nem o fogo do isqueiro esquenta
O cigarro apaga
Nem ele resiste
Ascendeu meio torto
Dizem que é ciúme
Paro no meio-fio
Coloco o copo no chão
E tento mais uma vez
-em vão-
Troco meu cigarro
Por um baseado
Meu copo cai no chão
-desisto dele também, não que tivesse outra opção-
Caminho
Mão no bolso
Olho pra tras
E os cacos do meu copo refletem a luz do poste.
Está frio
Meu rosto gelado
Só uma mão congelada
A que esta meu baseado
O vigia passa de moto
Assoprando aquele maldito apito
Passa
Me olha
Volta
Me chama de amigo
E pede um trago
De onde venho seria 1-2
Aqui é simplesmente um trago
Ele viu meu copo quebrado
Minha boca seca
Meu bafo de Cachaça
Me deu carona
Me levou pro bar
Sentamos na mesa
E me deixou afogar
Em cada copo
Em cada garrafa.
Dois caras
Sentados no bar
Vendo a vida passar
Sem meninas
Sem bêbados
Sem ninguém que valhesse a pena
Ele deveria trabalhar
E eu deveria voltar
Pra casa
Pro frio
Pros filhos
Pra dona maria
Que me espera chegar
Pra reclama
Por estar bêbado
Chapado
Viajando
No frio, na rua, no bar.

sábado, 6 de abril de 2013

Window


Uma brisa entra pela porta da frente sem bater nem pedir licença.
mexe no meu cabelo
faz carinho no meu rosto
mexe na cortina
volta e me refresca.
Uma brisa entra pela porta aberta da frente
inebria a sala Sem pedir licença.
Grosseiramente fecha a janela
derruba um enfeite
fica com raiva
e
vai embora pelo corredor...

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Na garrafa...


...A noite vejo as estrelas que teimam em brilhar
Meu pensamento viaja até o seu,
Sinto o frescor da brisa que vem me acalmar.
e me pergunto se já me esqueceu...

O palor da minha existência se funde ao infinito,
Vejo tua face refletida no espelho que me maltrata.
Cacos de vidro caem pelo chão.
Engano-me ao pensar que irá voltar,
Sorrindo e dizendo que a saudade foi lhe afrontar...

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Obrigado por não fumar

E então você está só
mais uma noite
mais um dia
somente mais algumas horas.
E então o dia nascerá
e você se verá envolto
por todos aqueles que detesta.
E então,
você está só
gripado
com o nariz congestionado
e sem conseguir respirar ascende seu cigarro.
seu cinzeiro está cheio
- e olha que você nem fuma -
vem com desculpas
pelo fedor
pelo vicio
pelos erros ortográficos.
e então você está só
desde o jardim de infância
- você acha -
- você diz -
e esqueceu-se daqueles
que dormiam nas esteirinhas com bordas coloridas pelo chão da sala de aula.
E você diz que está só
quando entra no trem cheio
quando anda pelo calçadão
quando passa pela porta da casa de seus avós
e quando se reúne com seus primos à mesa
você diz que está só
e não consegue respirar
sente-se sufocado
entupido
congestionado
e você faz drama
tempestade em copo d'água
quando dizem que você só olha pro próprio rabo.
seu cigarro se apaga
e se entulha no cinzeiro cheio
e você ainda diz que nem fuma
e você diz que está só.

terça-feira, 2 de abril de 2013

1/2


Ultimamente eu tenho estado meio divido
feito as fatias do pão que você come pela manha
ultimamente eu tenho andado perdido
como daquela vez que viajamos sem rota, sem rumo
ultimamente eu tenho estado meio bêbado
como se todas as manhas acordássemos com nosso Dreher nas mãos.
ultimamente os dias tem demorado a passar
e quando eu reclamo o tempo parece correr
e o dia esta perto
o dia final
nunca mais irei te ver.
ultimamente tenho andado meio frio
já não sinto minhas veias tendo sangue percorrendo
ultimamente tenho me sentido tão seu
que já não sei o que será de mim quando eu não for mais eu.
ultimamente tenho me sentido meio embriagado
com o cheiro da maconha que você tanto fuma no quarto
ultimamente tenho estado meio esgotado
por que as coisas que tenho que arrumar
são muitas.
e quando a gente acorda com o copo vazio ao lado da cama
a esperança de que tudo acabará emerge
e quando você se depara com meu corpo esticado sobre os lençóis
a garrafa já nem existe mais.
ultimamente tenho me sentido meio seu
ultimamente tenho me sentido meio metade
como a daquela maçã que estragou na geladeira
ou daquela cebola que virou tempero.
ultimamente tenho me sentido
meio só...
por que a casa está cheia
mas ninguém esta aqui
ultimamente tenho me sentido meio lua
por que o dia demora a surgir...
ultimamente tenho visto você falar
só por que eu tampo os ouvidos
e você mostra não querer parar...
ultimamente tenho saído atrasado
por que você me aluga e eu não saio do quarto.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

* Desfuncional *

Novamente
mais uma noite
depois que todos se vão
que a festa acaba
os copos e garrafas ficam pelo chão.
Latinhas vazias
amassadas, cheias
copos de vidro, plastico,
copos trincados,
guimbas de cigarro pelo sofá,
pelo chão, cinzeiro...
cheiro de fumaça,
de comida,
de bebida.
Mais uma noite
depois que todos se vão
depois que a festa chega ao fim
você se joga,
desmaiado
com seu corpo cansado
exausto
sobre o colchão
enorme,
espaçoso,
que faz seu corpo gritar por mais um...
O isqueiro em cima da mesinha
distante da cama,
o ventilador no máximo
girando e girando
te deixando cada vez mais louco
trepida,
chega a sair do lugar
de tanta potencia
o frio pode esperar.
ou se esconda de baixo das cobertas
ou vá desligar!
Mais uma noite
depois que todos se vão
as sms não param de chegar
você queria traze-los de volta
apenas para disfarçar
(ou esquecer)
o destino doido que resolveu ter
seguir
o caminho desconhecido
sombrio
sem cigarros largados pelo chão
sem guimbas que se empilham nos cinzeiros
sem garrafas e latinhas vazias e espalhadas
esquecidas
sem copos trincados
sem bocas secas
sem olhos vermelhos
sem pulmões esfumaçados...
esfumaçados?
esfumaçados!
eu que sei...
ele que sabe!
ele é o pulmão
e eu o coração
sempre depois que todos se vão
que a festa acaba
meu coração se acalma
desacelera
relaxa
e esquece
apaga
desliga
desfunciona...
desfuncional?
desfunciona...
eu invento
e você lê
depois critica
escreve algo parecido
e tenta ser melhor
só pra eu saber
que não passo de nada...
sou o nada
sou o fim da festa
o resto das bebidas
os copos trincados
as latinhas espalhadas
os cigarros apagados
as guimbas entulhadas...
não passo de nada
a não ser de um fim de festa.

terça-feira, 19 de março de 2013

Sete da manha

Acorda
e vem ouvir o cantar irritante dos pássaros.
ascenda seu cigarro
tome sua cachaça
o dia está nascendo
e o calor ainda nem chegou
mas o céu já clareou.
A fumaça do cigarro
impregna o quarto
a cachaça queima a garganta
esquenta por dentro
às 7 am.
Você viu gente se matando,
reencontrou velhos amigos,
e pessoas com que a muito não falava.
viajou de carro,
viu cachorro com asas de papelão
acordou e ascendeu um cigarro
pensou em escrever uma canção
às 7 am.
Seu plano foi por água a baixo...

Minha Janela

Impressionante como esses desgraçados
cismam de fechar as janelas dos ônibus em dias frios e chuvosos.
Chuvisco fino não mata ninguém,
já por isso é chamado de CHUVISCO.
O vento frio não congelará suas almas pecadoras.
Aquele amontoado de corpos se espremendo
sendo abarrotados dentro daquela lata de sardinha gigante.
Odores, fedores, perfumes...
tudo misturado
vocês gostam das catingas dos outros!
Ferros contaminados
e você se pendurando
se segurando para não cair.
Tudo tão cheio
Tao cheio que talvez nem precisasse se segurar
daria pra ficar de pé e apenas se apoiar nos outros
que junto à você se fodem.
E aqueles menos desgraçados
(que na verdade deveriam tambem estar se fudendo em pé)
fecham a janela como se la fora existisse ácido
pronto para corroer seus corpos
seus olhos.
Sento na janela,
abro-a
e alguém que se atreva a fecha-la ou reclamar...
Eu estou sentada e vocês em pé!
a janela é minha!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Um lugar, uma poça e uma moça

E nem espera ele levantar
ja pula pro seu lugar
perto da janela...
qualquer banco em que possa sentir o vento passar.
As vezes uma gota escorre pelo vidro
e morre no seu cabelo ou óculos
e a velha obesa senta no seu antigo lugar
não deixe
era seu
esparrame-se!!!
Esta frio
e você queria tanto senti-lo...
deixar que congele seus dedos,
gele seu nariz.
Pelo contrario,
com chuva e tempo nublado,
blusa de manga
e o abafadInho ainda te atormenta
alguém hoje vai ganhar uma bicicleta
de uma caixa grande que interdita o corredor do ônibus.
Enquanto alguns vão trabalhar
outros estudar e passear
alguém vai ganhar uma bicicleta.
Faz bem pedalar
a não que você,
ao mesmo tempo fume um cigarro ou masque um tabaco.
Já sentaram no seu lugar
já levantaram e sentaram novamente
como você pode deixar?
Na beira da rua havia uma poça,
mas não era qualquer poça,
era uma poça Daquelas,
cuidado para não se molhar!
mas molhou o cachorrinho
largado na rua
sujo e já encharcado da chuva
pobre cachorrinho
molhado pela poça,
ou pelo ônibus?
pelo motorista...
que pra rimar com poça
direi que ele dirige como uma moça.
E ai quando ele chegar na brasil
eu retirarei o que disse
por que assim como os outros
ele vai meter o pé...
passando por outras poças
libertando as gotas
daquele mundinho pequeno de uma poça
para o asfalto.

A hora

Ela morreu
por que você chora?
poderia ter sido você,
ou eu,
mas foi ela que morreu.
Por que você chora?
um dia chegará sua hora
e ela morreu.
Os velhos vivem pensando
que podem não acordar,
os jovens so pensam em amar,
as crianças tem medo
de não poderem sair para brincar,
enquanto isso,
ela morreu
e você chora.
Por que você chora?
Tem medo de que seja agora?
de que chegue a hora?
Ela morreu,
seu tempo acabou
e você chora.
Mas um dia vai chegar
a minha,
a sua hora...

Mão dupla

Tudo tão quente
e eu aqui tremendo de frio
esperando por você
torcendo para que não chegue;
Esta noite
o dia esteve quente
e o céu azul-piscina,
as cortinas
presas nas árvores
e os passarinhos
pendurados pelos galhos...
Enquanto eu estou aqui,
sem saber o que voltará a tocar no rádio quando virar o botão...

quarta-feira, 13 de março de 2013

Rimas de um cão

Uma vagabunda
so posso chama-la assim
depois de tudo que fizera comigo
Faz minhas pernas tremerem
meus olhos lacrimejarem
meus sorrisos nascerem
a saudade apertar
Aquela cafajeste
que me faz sonhar
que me fez sofrer
me ajudando a crescer
Tomei meus porres
e os copos jamais esvaziavam
e as garrafas não se mantinham cheias
meu cigarros não duravam
meus pulmães enegreciam
cada dia mais
cada dia mais

Cai pelas calçadas
dormi pelas estradas
em pontos de onibus
em invasoes.
briguei com caras maiores que eu
matei garotas que o tempo esqueceu
nao fizeram falta
nao deixaram saudade
Aquela vagabunda fez tudo isso comigo
e eu ainda amo,
amo seus olhos
seu sorriso
o toque de suas mão
minhas mãos em seu cabelo

Minha vadia
minha desgraça
minha alegria
ela me bate
me maltrata
me machuca
ela me mata
mas eu nao morro
eu volto
por que a amo
e nao a deixarei sozinha
na noite fria
na cozinha vazia
com os copos cheios
com as panelas sujas
com o óleo reutilizado
com as garrafas trincadas.
Eu volto por ela
eu voltarei por ela
e se eu tiver que partir sera por ela
Pela cadela
que me fez conhecer o amor
que me fez chorar
que me fez feliz.
me ajudou a crescer
a viver.
Seria por ela
que me ensinou a desculpas
a esquecer
e a não lembrar.
Aprendi
chorei
sofri
amei...
aquela cachorra que me fez perceber
quem eu era realmente


segunda-feira, 11 de março de 2013

Sem açúcar por favor

.. o cafe derramado no chão
coberto com algumas folhas de papel-toalha
perfuma a sala com aquele aroma ...
café cristalizado
chamem as formigas
elas sentem sede
ou sono (?!)
Elas bebem o café ... (?) ...
formigas bebem café ?
formigas lambem ou lamberiam o café?

A língua das formigas...
formigas tem língua?
formigas tem palmilhas
formigas tem dialeto?

O café já não pode ser escondido pelo papel
que manchou...
aquela mancha marrom
aquele papel encharcado
aquele café adoçado
e as minhas formigas de estimação.

Alimento,
mato sua sede,
não deixo que durmam
com o café derramado no chão
que forma uma poça no papel-toalha
deixa um cheiro meio enjoado
e as formigas não vão dormir
vão lamber o café?
vão beber o café?

sábado, 9 de março de 2013

Long Life

Ela fica ali sentada
no canto da sala.
as vezes caminha ate a varanda
as vezes vai ate o quintal
ela para...
as vezes nem para...
e fica nesse vai e vem e vai e vem e vai.
Com o cigarro aceso
ou um baseado entre os dedos
respirando fundo
prendendo a respiração
é apenas um cigarro
Derby, Hollywood, free...
um capo d'água
engana a sede
preferiria uma cerveja
mas já fazem 20 dias
que não bebe e não se perde.

Ele fica ali sentado
no canto da sala
as vezes no chão
as vezes nas almofadas.
o calor insustentável,
um sentimento amável
quando seu cachorro late do quintal
e ele lhe taca o copo vazio
deveria estar cheio
mas já fazem 21 dias que ele não bebe,
não se perde.
Caixas de fosforos
guardam sua alma
Isqueiros
incendeiam seu corpo
labaredas, fagulhas
caem sobre sua calça,
abrem um buraco,
queimam sua perna.
Se o copo tivesse cheio
apagaria as fagulhas
virando-o sobre seu colo
mas já fazem 22 dias que não bebe,
não se perde.
Caminha até o banheiro
a toalha com uma ponta úmida pendurada perto do chuveiro
um nó a prende e não a deixa cair
bem presa
ele se pendura
e não precisa ter medo de cair
seu pescoço é forte
o nó foi firme
o teto fraco
bateu sobre o piso
que já estava rachado.


Areia

Você lembra de mim
naquelas noite insanas e quentes?
você lembra de mim
quando eu tinha apenas 19 anos?
Você me procurava,
corria
e eu me escondia
e eu apenas queria sentir
o frio tocando nos meus ossos
congelando minhas lágrimas.
Você lembra de mim
lembra de quando eu apenas sorria?
você lembra de mim
quando eu apenas piscava
e pareciam que cacos de vidro
caim de meus olhos?

Você lembra de mim...
Enquanto eu apenas queria sentir meus 19 novamente.
Você sentia que o tempo passava por nos
e você apenas me fazia um favor
por que eu tinha apenas 19
e eu não sabia o que queria fazer.
Você me deixou correr
não me deixou morrer
naqueles 16 meses que te fizeram
lembrar de mim

que te fizeram lembrar de mim...
lembrar de mim

segunda-feira, 4 de março de 2013

não é a novela mas é A VIAGEM


As coisas vão mudar, as vistas, as pessoas, o local, a rotina, as paredes e muros, o tempo...
Mas as horas serão as mesmas...
A saudade que existirá, será diferente da que no momento eu sinto, mas ela ainda existirá... não importa aonde eu vou, aonde eu estarei, a saudade sempre será minha companheira...
A única coisa que mudará, serão as pessoas que a farão existir,crescer...

Vai ser dificil, vai ser doloroso... mas é preciso... buscar algo que, no momento você acha certo, e se lá na frente você perceber que estava errado, pelo menos você fez e percebeu o erro, e pra desfazer é fácil, apenas desfaça...
Mas se lá na frente você perceber que tinha razão, que estava certo... que bom que arriscou... que bom que arrisquei...

Muitos no futuro reclamarão e se arrependerão de algo que não fizeram, se eu for reclamar e me arrepender, será por ter feito...

Minha partida não significa dar mais valor a alguém, amar menos alguem do que outro alguem... Minha partida significa a busca pela minha vida, se eu estiver no caminho certo, QUE BOM! se eu estiver no caminho errado, eu dou meia volta e regresso...

Amo quem merece ser amado por mim,
gosto de quem merece ter meu gostar,
sentirei falta de quem, hoje, faz por onde que eu sinta falta...

Mas no final, sentirei saudade de tudo e de todos...
até dos que não prestam, dos que não gosto, dos que me decepcionaram, dos que deixei passar...

E aos que amo (não preciso marcar ninguem aqui, cada um sabe...)
eu apenas digo...
Mesmo de longe, estarei perto... sentirei saudade e contarei sempre os dias que faltarão para podermos nos ver... sempre...

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Nova-sala entre aspas




Na "nova sala' refrescou a alma,
matou saudade,
fez o que a muito tempo protelava.
Fizeram o que é de praxe.
Da "nova sala' se ouviu cantoria
risadas e besteiras.
Da 'nova sala'
exalou perfumes...
saíram de um suposto do ócio.
Na 'nova-sala"
ficou a solidão,
o vazio,
o frio.
Sentado no novo-sofá-velho
sentiu a alma refrescar
com a brisa da chuva que chegava.
O ventilado desligado,
garrafas espalhadas
e a chuva molhando tudo...
Na "nova-sala' ouviu-se trovões,
viu-se raios,
sentiu-se frio
e respingos...
Correu pra dentro
E vomitou algumas palavras que lhe entupiam os pulmões.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Morte após a desonra...

Caminhando pela corda bamba
com uma faca na mão e uma tesoura na outra
com os olhos fechados
n 'um corredor de chapisco...

Repeat (?!?)

O silêncio grita incessantemente
sua mudez vem pela ausência de audição.

Eu grito mas o meu silêncio não me ouve...
Faria dele, o grito,
meu esconderijo
minha casinha da árvore
Se eu apenas aceitasse discordar da minha necessidade de silêncio.

Todos falam quando deveriam se calar.
eu me calo quando deveria gritar.
Não para que alguém me entendesse
ou que tomasse para si o meu berro
- por que a fuga seria minha e
alguém me ver fugir, seria consequência-
Mas as vezes seria bom...
fazer como quando criança
e entrar no meu forte-apache,
na minha casinha da árvore,
ou naquela caixa de papelão que veio a máquina da mãe
E fazer daquilo ali o meu mundo.

Ali gritaria,
exterminaria meu silencio
enquanto o mundo se calaria...

Suco de Limão



Uma brisa entra pela porta da frente
sem bater nem pedir licença.
mexe no meu cabelo
faz carinho no meu rosto
e mexe na cortina.

volta e me refresca...

Uma brisa entra pela porta aberta.
inebria a sala
sem pedir licença...
Grosseiramente fecha a janela
derruba um enfeite
fica com raiva
E vai embora pelo corredor...

domingo, 20 de janeiro de 2013

Mr. Writer

Nem sempre um escritor escreve pra alguém.
As vezes escreve de alguém.
E outras vezes,
cria um alguém para poder escrever.


As vezes um escritor não escreve sobre seus próprios sentimentos
as vezes escreve os sentimentos de alguém
ou simplesmente os inventa.

As vezes um escritor inventa uma dor,
inventa uma saudade, uma ideia...

As vezes um escritor escreve um amor...
Um amor vivido,passado, perdido, esquecido, inventado, copiado.

As vezes um escritor não faz nada além de inventar...
As vezes um escritor inventa apenas pra escrever
nem é por querer ter ou ser
apenas por querer escrever...

E assim ela se foi...

Durante a noite enquanto chovia, podia ouvir o latir dos cachorros eufóricos na rua.
Acreditei que estivesse na hora de partir.
Peguei a chave, fechei a porta, liguei o carro.
O motor soou silenciosamente
e então pude perceber que meu coração acelerou junto.
Olhei pelo retrovisor e pude ver a chuva chegando,
O vento soprava ferozmente...
e no meio-fio já podia se ver uma cascatinha de água escorrendo.
De repente,
silenciosamente
os cachorros foram se recolhendo.
A rua estava vazia, escura...
Solitarimente, fechei o vidro do carro, liguei o som e meti o pé...
Arranquei, fui embora de lá.

Passei pelos sinais verdes,
e até pelos vermelhos.
Momentaneamente, esqueci da existência do freio.
É a regra!
É a regra...
a regra...
sei...

Corria, como se estivesse querendo fugir da chuva...
Apostei corrida com as gotas d'água,
fiz com que algumas gotas d'água se livrassem daquela poça,
dei à elas a liberdade,
Liberdade de sair e poderem ir um pouco mais além...
quando passava por cima com tanta velocidade.


Passei direto,
corri,
derrapei,
ultrapassei os sinais.
Não vi o quebra-molas,
me senti voando...
pude ver mais além do que se poderia ter visto,
enxerguei por de trás da subida daquela rua...
vi lá na frente...

(Parecia até o super homem voando...)

Acabaram meus poderes
agora estava caindo
caindo e rodopiando
duas,
tres,
quatro vezes...
Até que perdi a conta e fui sentindo como se estivesse n'uma máquina de lavar.
Já não podia ver mais a chuva...
já nem via as poças d'água...
já nem ouvia a música.
Já nem sentia nada.

Percebi que com tantas voltas, fui parando, fui chegando ao fim da estrada.

Comecei a ouvir vozes,
a chuva tinha parado,
mas parecia que tudo está de ponta-cabeça.

Ouvi vozes, ouvi gritos, ouvi lamentações...
Por que as pessoas parecem estar tão desesperadas? por que parecem estar chorando?
De longe eu ouvia algumas sirenes
tentei me mexer pra ver pra onde elas estão indo,
mas não conseguia me mexer
parecia que estava tudo mais escuro...mais frio.
Estava vendo pelo reflexo aquelas luzinhas da policia piscando...
e tinham várias...
seriam os bombeiros?

To sentindo alguma coisa mexendo,
um barulho ensurdecedor de lataria sendo cortada,
tem alguém falando alguma coisa,
mas eu não entendo.
Tem muita bagunça...

Acho que é melhor eu ir dormir, tá frio, tô cansada, meus olhos pesam, meu coração tá acelerado...
Vou descansar... 
vou dormir e amanha eu vejo o que aconteceu...
Amanhã leio um jornal,vejo o noticiário ou pergunto à minha mãe o porque de tanto barulho de madrugada.
Vou dormir...
Fechar os olhos e descansar,
Estou cansada...

Eu ouço alguém falando para outra pessoa não dormir... Pra não fechar os olhos... as pessoas estão nervosas...

Amanhã vejo o que aconteceu...

words


Amar, ter, querer, gostar, lembrar, esquecer.
Fugir, tremer, vencer, perder, viver, morrer.
Fuder, trepar, gozar, morder, castigar.
Viajar, ficar, partir, sorrir, chorar.
Ver, molhar, andar, beber, cheirar.
Fumar, injetar, tomar, decepar, crescer.
morrer, parir, persuadir, ler, escrever, desenhar.
vomitar, brincar, trair.
visitar, morar, mastigar, doar.
mentir, falsificar, alterar, diminuir.
esquecer, inventar, pintar, limpar, sujar.

...

Amar é viver pra gozar.
Castigando, sorrindo por ver decepar um desenho.
Vomitando por alterar a limpeza.

Querer tremer,
gozando enquanto viaja.
Bebendo e injetando a persuasão.
Traindo e morando enquanto altera a pintura.

Lembrar de viver fodendo e partindo
enquanto se vê tomando a morte como brincadeira
visitando a falsa invenção...

Esquecendo de falsificar
doando a traição de ler
crescendo enquanto molha o sorriso
trepando e vencendo
esquecendo de amar...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Rosa


(T.) Sirvo meu coração n'uma bandeja
para que coma com as mãos
e ao terminar, lamba seus dedos...
Deixe-me correr em tuas veias
...
Te amare até sangrar
te amarei até você me matar.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Killing

A chuva cai
e eu sinto que meu corpo
também deveria cair, desmoronar.
Eu sinto que preciso
sentir o impacto
ao bater no chão
ao desistir de sentir
a brisa que entra pela fresta da porta.
                                                             O céu cinza,
                                                              escurece a cada momento
                                                              e eu só posso ouvir a chuva 
                                                               batendo nas telhas,
                                                               o vento...
                                                                                    Parece que meus olhos se fecham.
                                                                                     Enquanto a chuva cai
                                                                                      meu desejo é único:
                                                                                      deixar tudo pra trás.
O copo d'água sobre a mesa
de baixo de uma goteira
vai transbordar.
                                                                                                                 A faca sem corte
                                                                                                       ao lado da tesoura cega
                                                                                                          não vai resolver nada.
                                                                                       Sento-me
                                                                        a queda será menor
                                                                       as bolinhas coloridas
                                                               depositadas sobre a mesa
                                                        me fizeram tremer por instantes
                                                                sentindo o estomago gelar.
            Como eu queria um absinto agora
                               ver a fada azul chegar
                           e tentar mudar o destino.
                                                               Iria brigar comigo
                                                               por eu querer desistir
                                                              ou por resolver optar
                                                              pelo caminho mais sombrio?
                                                                                                          A chuva cai,
                                                                                                          e meu corpo ainda
                                                                                                          depositado sobre a cadeira.
                                                                            o vento abre a porta
                                                                     e leva a chuva até a mesa
                                                                     - e eu nem me importo -
                                                                                O ventilador roda
                                                                  já não diferencio seu frescor
                                                                    do vento que corre la fora.
                                                                             
 A chuva cai
e meu corpo ainda está sobre a cadeira.
e o copo de baixo da goteira
parece que já vai transbordar.
as bolinhas coloridas
pareciam que eram tantas
e agora
já não me resta nenhuma.
pelo menos não fora da boca,
não fora do meu estomago.

deixei o copo de lado;
deixa transbordar.
deixei a porta aberta;
deixa a chuva entrar.
E o ventilador ficou ligado...
em breve meu corpo
não precisará mais ser refrescado.


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...... eu abriria meu corpo só para te colocar dentro dele...
servindo-lhe meu coração n'uma bandeja
eu diluiria seu nome em meu sangue
pare lhe ter correndo em minhas veias.
Até que meus olhos virem seu pingente,
até você fazer uma capa usando minha pele,
usar minha língua para selar cartas,
usar meus dedos para desembaraçar seus cabelos...

Eu te amarei até você me matar