Pontas, Quinas e Beiradas

segunda-feira, 14 de julho de 2008

E as pessoas se amontoam...

...:
- As pessoas se amontoam na beira da calçada; são braços, pernas, cabeças...
As pessoas se impurram, não se importam se são brutas, apenas têm em seus gestos a agressividade de toda a pressa que lhes consomem.
Precisam ir pra casa, precisam chegar ao ponto, precisam não se atrasar.
(Não se atrasar pra onde?)
As pessoas se amontoam, se empurram, se empilham, se esbarram...; As pessoas se consomem..., se auto consomem; as pessoas correm, se batem, derrubam, pedem desculpas, mas não olham para os lados...; As pessoas tropeçam, se maxucam e chegam onde querem e talvez até se esqueçam de onde vieram...
Todos tão apressados, tão arrogantes... esqueçem até de soltar um sorriso.
A pressa é tanta, o estresse é enorme, elas até abafam seus proprios ouvidos.
São ambulantes, locutores de lojas, vendedores de água, refrigerantes e paçocas...
Comprem, querem que comprem; com gritos e malabarismos; apelam até pra uma bandinha que estão aqui pra chamar a atenção de todos aqueles que passam com a cabeça erguida ou abaixada de mais...
Pessoas que se enfiam na multidão, que se misturam com todo o resto.
Pessoas sujas; trabalhadores suados, amarrotados, engomados; mendigos despidos; catadores e até um flanelinha; são vendedores e pivetes, estudantes e policiais desonestos
(que interrompem mais um dia de venda dos piratas, que não usam mais o tapa olho nem perna de pau, mas estão alí, vendendo seus tesouros, pra poderem ter uma renda pessual...)
As escadas lotam enquanto o sinal não abre, e as pessoas continuam a empurrar, a esquecer, a apressar. todo o único minuto que elas param pra apreciar é quando o ônibus estás a chegar e será que vai ter uma vaga livre para que elas possam se sentar? aí sim... se ninguem dormir, perderão tempo olhando pela janela em movimento e deixando mais uma vez passar um momento.

E o tempo passa...

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