Pontas, Quinas e Beiradas

sábado, 11 de setembro de 2010

O rumo da água...

Ela se trancava no quarto, fechava a porta, engolia a chave.
Ela se perdia por entre as gavetas, derrubava os móveis, desarrumava a casa.
Ela pensava, ela se enrolava, se engolia, se matava.
Ela se iludia e não cansava de ser taxada como otária.
Ela aprontava, 'se alugava" como companhia para chorões e beberrões...
passava metade das noites acordada, já que ninguem se importava.

Ela relembrava, ela vivia, ela só não chorava.
Ela desligava o telefone, não se despedia ela só cumprimentava.
Ela se emputecia, ela traía e as vezes nem traía... mas saía e se embebedava.
Ela comia, Ela fumava, Ela cheirava...Ela gritava que odiava.
Ela adiava, ela inventava, ela criava historias.

Ela caiu, ela mentiu.
Mas continuou com a cabeça erguida.
Ela perdeu, ela chorou, ela gritou e quase bateu e apanhou.
Ela omitiu, mas se divertiu!
Ela quase perdeu, viu acabar, viu caindo, foi saindo, quase fugindo.
Viu a porta se fechando, a chave caindo, a janela se batendo e uma lágrima rolando.

Ela falou e chorou, Ela falou e chorou, Ela chorou e chorou...
E chorou...e chorou...e chorou...

Ela ouviu, ela errou, ela sofreu, ela engoliu.
Ela aturou até que não aguentou e explodiu.
Ela aprendeu, dessa vez não gritou, ela ouviu, ela retrucou.
Viu a porta se abrindo, mas ela achava que queria fechar...
Ela viu que estava enganada, que foi confundida, talvez se iludiu.
Ela se empolgou enquanto lembrou o que passou.
Ela viajou...
Ela lembrou que sofreu e quase morreu, lembrou que nao quer sofrer e nem morrer mais.

Ela concertou, ela se abriu, ela voltou a realidade.
Tinha saído por um tempo, parecia que fugiria...
Parecia... que se perderia por dentro de suas próprias idéias, próprias melancolias...
Ela aprendeu tanto... ela cresceu tanto... e quase perdeu tudo.
Por um descaso, por uma confusão, por um erro...

Arrumou os móveis, juntou os cacos, ela abriu a porta.
De cara lavada, Cara nova.
Ela sorriu, por dentro ainda se confundia...
Mas sorriu...
Deixou a bica aberta, a água caindo...passando pelo ralo...
Quando a água chegar no lugar certo ela se purificará... e vai fazer um caminho diferente...
Mas quem sabe... alguma gota dessa que passou por aqui, pode voltar...


By: Jeam.x

Um comentário:

Flipín. disse...

Muito legal... Esse texto se confunde com a histórias de muitas pessoas... Sempre se supere!