Pontas, Quinas e Beiradas

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Vulgar

Copos trincados
achados
caídos pelos chão
com marcas de batom.
Restos de cigarros,
bitucas amassadas
-com tanta força que o filtro até soltava-.
Corpos caídos,
bocas manchadas
e o hálito matinal sendo incorporado com a mistura do álcool e da nicotina
Parecia até uma chacina.
corpos amontoados,
nus, semi-nus...
e aquele cheiro de sexo
de transa.
Cheiro dos desconhecidos
desinibidos
tímidos
que se apaixonaram por um momento
e acabaram fodendo,
se comendo.

O som ainda alto
toma conta de todo o ambiente
e essas almas eloquentes
esquecem de sua existência
quando se deixam morrer pelos cantos
vivendo cada um, sua própria demência.

Na ausência diagonal da consciência racional
criaram vidas e momentos
que não deixarão cair no esquecimento
quando acordarem
vestirem as calças
e se afogarem
entre fluídos, beijos, álcool e sexo.

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