Pontas, Quinas e Beiradas

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Mary cresceu, mas se suicidou...

E hoje, como você sente
ao perceber que a dor já se tornou insuportável?
E hoje como você vê as coisas
quando percebe que já não tem mais aquela coragem?
Depois de tanto tempo voltou a sentir aquele fino fio pelo seus pulsos.
Aquele filete de sangue escorrendo pelos seus dedos,
roxos e trêmulos.
...
E hoje, como você se sente
ao perceber que voltou a ser tão singular como era antes?
Como você se sente ao perceber que encontra-se tão perdida e sozinha como antes?
As coisas já não são como eram,
as pessoas já não te veem como viam,
já não te ouvem como ouviam...
(e olha que as vezes nem te ouviam!)

Depois de tanto tempo,
depois de tantas lágrimas,
depois de tantos fogos,
depois de tantos Adeus e Olá!
Só agora você percebe que nada mais é como era.

Que bom! você pensa,
...
enquanto vê sua cabeça girar, tombar pro lado, cair, se encostar na parede.
Que bom que nada é como antes,
e agora, nada mais ficará como antes...(você pensa)

Enquanto deixa sua vida escorrer,
enquanto deixa seus momentos se apagarem,
enquanto tenta ser deixada de lado,
esquecida, largada n'um futuro-passado...
você para e pensa:
Nada estava como antes
mas, por um minuto, deixou que seus desejos voltassem a aflorar.
De que adiantou ter crescido, ter mudado, ter esquecido quem você um dia foi?
de que adiantou encontrar alguem que lhe salvou, se agora você deixou tudo se perder?

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