Pontas, Quinas e Beiradas

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Tempo

E o reflexo no espelho agora é outro
O tempo passa
E deixa marcas
Você cresce
Ignorando cada minuto
Você esquece
Valorizando o imundo
Santo lixo
Santo cáos
Nem a maquiagem mais, lhe serve
Vergonhosamente você esquece
Que o reflexo agora é outro
A água derrete tudo
Atravessa o gelo
Faz um túnel
Um córrego
Um lago
Sem lado
Sem margem
Não é lago
Tudo tem lado
E reflexos
Que mudam
Exumam os corpos
Fecham os olhos
Se morrer no mar
Os peixes te comem
Se correr pra casa
Sua alma lhe consome
E você procura
Esquece
Do reflexo que agora é outro
Fica careca
Calvo
Velho
Vesgo
Sozinho
Sem reflexo
Ou só com o seu reflexo
Que Agora é outro
Nos copos de vinho -suco de uva e cachaça vagabunda-
Copos de cerveja quente, choca, vencida
Nos copos de perfumes roubados de sua vó, misturados com água
Vodca barata
E Wisky de dez reais.
O gelo de água da rua
Derrete e forma uma poça
E nele, seu reflexo agora é outro.

Nenhum comentário: